Palavras ao Vento Literatura

sábado, 23 de abril de 2016

OUTONO

Outono XL
Estação da saudade acentuada
Tem cheiro de infância ,
Tem som de serenata
Tem o sabor da fruta madura
Colhida no tempo exato do caminho
Tem beija-flor tecendo ninho
O outono de que falo
Tem tapetes de folhas soltas pelo chão
Tem alamedas macias
Impressas no coração
A alma pede um tempo
Seu momento de reciclar
Deixar as tralhas pesadas
Organizar de novo a bagagem
Para o inverno que virá
Não interrompam seu silêncio
Deixem a alma quieta
É sua a estação de espera
É dela toda quimera
De acompanhar embevecida
O bailado das folhas pelo ar
Acariciando seu outono
Doce abandono...
Entre o solstício e o equinócio
Vive o outono seu legado
De transpor veredas tão contrárias
Contemplação arbitrária.
Equilibrando-se entre verões
E intensos invernos
Vivem também as almas que anseiam
Pelo tempo de tecerem primaveras
Quisera ser a vida entendida
Sempre entre as estações que passam
Por tanta pressa de viver um dia
Esquecem-se da doce experiência
Que desfrutaram em um dia de inocência...
O homem traça sua rota
E por ela vai seguindo
Esquecendo-se que viver é hoje
Acontecer é agora
Com a calma que ainda habita sua aurora...
Que venha o outono
De folhas mortas pelo chão
Vou pisar devagarinho
E esperar outra estação
Agora preciso ir
É urgente,
Vou viver meu outono permanente...
Suely Sette 20/03/2016
Direitos preservados...

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