terça-feira, 7 de julho de 2015
um medo me assola...
Sentei-me sobre a erva
olhando o azul do rio,
e o orvalho do salgueiro,
respirei o ar frio,
nos meus olhos um fio de sol
despontava...
Lembrei nossos corpos
quando a gente se amava,
Claro despertou o dia.
e as romãs se abriram
trinavam pássaros inquietos,
lembro dias que se seguiram.
Ao longe o melro e o assobio
e as brasas de sol que rompem
vou olhando o azul do rio
sonhando,
sonhos em turbilhão,
enquanto o vôo rasante e mais livre
me liberta o coração.
Nasci olhando o rio
dele trago a nostalgia,
a frescura,
a dança das águas,
neste destino em fuga,
o nevoeiro do esquecimento
a ternura e as mágoas
tudo no relâmpago dos meus olhos.
onde se abre o firmamento.
Um medo me assola
no rosto um golpe de vento
o crepúsculo amadurecido,
passou o dia e o salgueiro chora,
as madressilvas embaciadas
pelo orvalho do entardecer
É hora!
De descansar as lembranças cansadas,
de aprisionar a vida no sonho
sonho que põe agora
estrelas nos meus olhos
e me deixa nesta moleza
que me embriaga.
Já a lua se embeleza
e a vida se apaga.
natalia nuno
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