Aquela população ali presente,
Deitada ao relento apenas aguardando,
Fitando o nada por algo inconsciente,
E pela sombra da noite esperando.
Tua espera, eu vejo possível milagre,
O milagre de conquistar um teto,
Nem sempre almejar um teto é milagre,
Um possível milagre é
quase certo!
A espera para alguns é muito longa,
Alguma história, sumariamente ela conta,
Para outros, milagre nunca acontece,
Você ouve e logo depois se entristece.
O tempo, sem perdoar continua,
Esta vida sem emoção insinua,
A tal da esperança avança na rua,
Sobrando olhares e clamando à lua.
Assim vejo a população aumentando,
Às marquises, ouço pessoas chorando,
Pelas calçadas pânico e outras gritando,
Será possível o milagre chegando?
Vejo sopas quentes, pão, água e acalento,
Trazendo alimentos e palavras ao sofrimento,
De pessoas do nada, aparecendo como exército,
Abrandando abandonados com total descrédito.
E nessa variável, onde está a humanidade social?
Nessas inconstâncias de variáveis,
Existem pessoas muito amáveis,
Desconhecidas, mas com atos insuperáveis.
E assim, a vida segue com seus tratos,
E assim, a vida castiga com maus tratos,
E assim, uma humanidade omissa...
Caminha na vida sem base de uma premissa.
Imagem: rgouveia
Autor: Roberto Mello
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