Há
um ramo do conhecimento humano ao qual ainda não dediquei sequer um minuto de
atenção. Trata-se do Ocultismo.
Antes
de minha iniciação nesta área, há algo que preciso deixar registrado. É grande a possibilidade que existe desse estudo ser apenas mais um, dentre os inúmeros
que já comecei e que não terminei. Seja por desestimulo, preguiça ou, na
maioria das vezes, por achar que não mais mereciam minha atenção.
Vamos
logo à apresentação do homem que empreenderá tal aventura. Tenho quarenta e
cinco anos, brasileiro, levo uma vida material que posso dizer privilegiada,
pois, não me falta o feijão e nem o teto para viver e ainda posso desfrutar de
algumas coisas supérfluas. Quanto à formação religiosa tive a mesma que a
maioria dos habitantes do Novo Mundo teve, isto é, cristã. Tenho formação
universitária segundo os padrões e tento conciliar o amor ao próximo com a
ânsia de poder. Na área do conhecimento, escolhi seguir a ciência experimental,
isto é, aquela ciência que só considera como verdade aquilo que pode ser
provado pelo Método Científico e, paralelamente, eu não me esqueci da
filosofia, história, literatura e quase tudo o mais que é encarado como sério e
digno de ser conhecido.
Assim,
depois de percorrer os campos do saber tradicionais e de bom tom e sem encontrar respostas às perguntas mais profundas do meu
ser, voltei-me para a literatura, para contar histórias sem compromisso e sem
nenhuma obrigação com a verdade dos fatos. Ocupar o tempo - julgava eu.
Entretanto, à medida que o tempo passava fui sendo envolvido pelo estudo da
arte de escrever e descobri que a Literatura, apesar de ser uma Arte e não uma Ciência,
também era uma maneira de conhecimento, outra maneira que, sem servir-se do
método utilizado pela ciência, proporcionava um novo ângulo de visão. Enfim,
descobri que todas as coisas neste mundo, se somadas, contribuem para o pleno
conhecimento do homem. Percebi isso nitidamente quando estudava uma parte da Literatura
a que se dá o nome de Estilos de Época. Tal especialidade procura através dos
textos de uma determinada época, perceber como o homem convivia e reagia àquela
realidade. Assim é que temos as diferentes épocas, com datas aproximadas, que
vão, regressivamente, do atual momento até a época chamada de Classicismo. Chego
ao período Classicista e entrei em contato com os rituais pagãos, hoje
englobados sob o rótulo de Ocultismo. Não sei se foi assim, na realidade, que
aconteceu, porém, estas foram as circunstâncias que me colocaram diante de algo
que havia existido – e continua existindo – e com o qual eu, por preconceito,
nunca me interessara. Mas, eis que o desafio se apresenta: devo fechar os olhos
e ouvidos diante de hipóteses – ou fatos – somente porque novas conclusões
poderiam afastar-me de minha mentalidade tradicional e culta?
Aquele
que escreve deve saber quando parar. Evidentemente ainda não aprendi isso,
pois, abusando do excesso de informações que tornam um texto chato e pedante, devo ainda dizer que
farei meus estudos sobre o Ocultismo somente em minhas horas vagas, isto é, quando tiver tempo.
Vamos
agora ao ponto. Tenho em mãos alguns livros dos quais me servirei para este
trabalho. São dos seguintes autores: Henry Steel Olcott, William Quan Judge, Annie Besant , Mabel Collins,
William Westcott e Helena Petrovna
Blavatsky. Acrescente-se
a esses autores, livros sobre a História da Civilização (32 volumes),
diferentes edições e traduções da Bíblia, além de textos considerados sagrados
de outras religiões. Eis
o material com o qual comecei a busca do meu Graal.
O
tempo passou.
E,
como disse no início, esse estudo foi apenas mais um dentre os inúmeros que
comecei. E não foi nele que encontrei o que procurava.
Porém,
hoje, não posso dizer que foi inútil, assim como não foram inúteis todos os
demais estudos que fiz. Todos eles, somados, ajudaram-me a conhecer a verdade.
Tudo o que tive de fazer foi procurar.
Pois,
meus amigos, só não acha quem não procura.
"E conhecereis a verdade,
e a verdade vos libertará.”
João 8:32
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