Palavras ao Vento Literatura

domingo, 17 de maio de 2015

O mar

Entrou ali por acaso,
pelo vento que batia
mas tudo que traz, leva
e o que levou não devolvia

Foi um instante estranho
de dissonante euforia
que deu lugar àquela dança louca
desprovida de alegria

O formigueiro inquieto
se encheu de covardia
hora era a falta de ar
hora a onda batia

E continuava bailando
sem esperar melodia
só o mar para lembrá-lo
que esperança ainda havia

Quem sabe o ar dos pulmões
não virava maresia...

Quanto mais a maré provocava
mais ele não desistia
mais ele não se entregava
mais ele se debatia

Em mergulhos provocados
escuro fez-se o dia
feito goles delicados
a si mesmo assistia

Ninguém arriscou-se a salvá-lo
do show de desarmonia
mas o vento bate de dois lados,
furiosa ventania
fez a onda levá-lo
de onde não mais sairia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.